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C?es e gatos entram na rotina de cuidados de pacientes oncológicos

Desde o início deste ano,?esegatosentramnarotinadecuidadosdepacientesoncolópasse invertido jogo do bicho os pacientes da área paliativa do Instituto Nacional do Cancer (INCA), no Rio, aguardam ansiosamente por visitas especiais que passam por quase todos os leitos. S?o c?es treinados que fazem parte de um programa de Pet Terapia, adotado pelo hospital para promover o bem-estar físico e mental dos pacientes. N?o se trata, porém, de qualquer parceiro canino passando pelo hospital. A matilha que faz a ronda entre os pacientes é tutorada (e treinada) pelo time de voluntários do Projeto Alice, idealizado pela especialista em interven??o animal, Emi Parente. — Algumas famílias nos mandam mensagem, tempos depois, dizendo como foi importante e impactante para os pacientes receberem nossas visitas com os c?es. Dizem que algumas das pessoas que estavam internadas tiveram o sofrimento amenizado ou passaram a aceitar melhor o tratamento — diz Emi. — Até para os funcionários nossa presen?a faz diferen?a. A visita com as mascotes (s?o cerca de 50 c?es dóceis e treinados que se revezam) nas unidades do Inca está de m?os dadas com o que a ciência avalia como uma boa estratégia para acolher o paciente oncológico, seja qual for seu estágio de tratamento. De acordo com especialistas ouvidos pelo GLOBO, ter um bichinho (seja um cachorro, um gato ou qualquer animal de preferência) pode ser um bálsamo para os momentos mais desafiadores do tratamento. Ana Carolina Nobre, da clínica Oncologia d′Or diz que os benefícios desse tipo de parceria v?o muito além de ter uma companhia fiel na rotina e realmente influenciam no estado de saúde. — A intera??o com animais de estima??o contribui para a diminui??o dos níveis de cortisol, o horm?nio associado ao estresse, ao mesmo tempo que promove o aumento da libera??o de endorfina e ocitocina, substancias relacionadas ao prazer — inicia. — Dessa forma, o vínculo com um animal de estima??o está diretamente ligado a um melhor equilíbrio emocional, ajudando a reduzir a ansiedade. Por isso, ao acariciá-los, brincar ou simplesmente estar ao lado deles, é possível aliviar a tristeza e experimentar uma sensa??o imediata de bem-estar. A especialista afirma que a intera??o com os pets pode ser uma distra??o importante dos sintomas relacionados à quimioterapia e à doen?a, a depender da situa??o. O ambiente, ela explica, torna-se mais acolhedor. A mesma percep??o foi divulgada em um estudo de pesquisadores do Arizona Center for Cancer Care, nos Estados Unidos, publicado no final do ano passado no JCO Oncology Pratice, periódico científico ligado à Sociedade de Clínica Oncológica Americana. Ao longo da análise, pacientes recebiam a visita de c?ezinhos ao longo da infus?o de quimioterapia, para saber se os benefícios conhecidos para esse tipo de convivência — como por exemplo a redu??o da ansiedade — poderiam ser identificados também ao longo da aplica??o do medicamento. O estudo demonstrou que a redu??o da ansiedade, com a presen?a das mascotes, foi medida em 31% e o aumento do relaxamento em quase 26%. Esses dados foram obtidos após realizar 61 questionários com pacientes entre 40 e 85 anos. A idade média do grupo de pacientes era de 63 anos. E, claro, todos gostavam de c?es. Outro estudo, bem menor, promovido em 2015 por especialistas no Canadá ouviu 8 mulheres com cancer de mama sobre suas experiências acerca da terapia acompanhada por animais. No material, é dito que a presen?a de c?es ao longo do tratamento ajudou a melhorar a comunica??o entre médicos que acompanhavam o quadro e pacientes. O que pode gerar grande influência no bom andamento das consultas. — Durante a intera??o com os pets, assim como na realiza??o de atividade física, ocorre a libera??o de endorfina no organismo, um horm?nio diretamente relacionado à sensa??o de bem-estar, contribuindo para o alívio da dor, controle da irrita??o e do estresse e diminui??o da tens?o e do cansa?o. Isso gera uma sensa??o de conforto, alegria e descontra??o, que contribuem para a recupera??o do paciente — reafirma Tarnara Campostrini, oncologista do Hospital S?o Lucas Copacabana. Como escolher um pet Para quem n?o convive com um animalzinho de estima??o desde antes do diagnóstico, há dicas para encontrar um parceiro animal que se encaixe perfeitamente na jornada desafiadora do tratamento. Ana Carolina Nobre, por exemplo, diz que é importante optar por um animal que se ajuste à “rotina e à capacidade física do paciente”. Ela diz que c?es e gatos mais calmos e independentes podem se mostrar mais adequados para pessoas que est?o passando por tratamentos intensivos. Também é preciso de uma rede de apoio que cuide da vacina??o e das necessidades veterinárias do pet, de tempos em tempos. Em geral, os especialistas concordam que os tratamentos mais modernos n?o causam uma queda t?o brusca na imunidade, o que permite que estar acompanhado de um animalzinho n?o seja um problema para os cuidados com os tumores. Amanda Carvalhal, psicóloga que passou por um tratamento oncológico na tieróide, diz que a sugest?o de ter um animal companheiro pode vir de pessoas próximas ao paciente. — A família pode conversar, perguntar sem problemas nenhum, mas vale lembrar que essa decis?o e desejo deve ser do paciente, porque precisa ser algo para agregar e n?o para ser mais uma fun??o (no dia a dia). Precisa ser algo prazeroso Em termos clínicos, diga-se, n?o há contra-indica??es generalizadas. é importante, porém, que o paciente converse com seu médico para garantir a seguran?a do contato. — Em casa, para os pacientes o contato está liberado, incentivado. Ent?o, o paciente pode ter o contato habitual com seu próprio pet, que deve ir ao veterinário certinho e tomar todas suas vacinas. Assim ele estará bem cuidado — diz Tiago Kenji, líder do setor de Oncologia do Hospital Santa Paula, em S?o Paulo. Kenji, por sinal, conta que o Hospital Santa Paula realizou um evento, no último dia 28, com a presen?a de c?es da ra?a golden retriever para pacientes em alas oncológicas e outros espa?os de intera??o. O evento faz parte de celebra??es para o dia do cachorro. — Acredito que esse contato tem muito a agregar e s?o coisas que est?o ao nosso alcance. às vezes, a gente pensa num remédio ultramoderno que vai sair, mas esse dia a dia, essa melhora de qualidade de vida, esse amor que os cachorrinhos trazem, agregam muito também — diz Kenji. — Da minha parte pessoal, fa?o uma confiss?o: acabei fazendo medicina pelo contato que eu tive com minha cachorrinha na infancia, portanto acho isso superpositivo. A paliativista da Oncoclínicas, Rafaela Candida diz, ainda, que privar o paciente desse contato com um pet, caso ele deseje, pode funcionar no sentido o oposto e tornar-se um problema. — Independente da fase do tratamento oncológico em que o paciente se encontra, se ele deseja ter contato com um animal de estima??o, devemos sim proporcioná-lo— alerta. — Ter um animal de estima??o (também) estimula o paciente a caminhar e a se exercitar, ao levá-lo para passear. Qualquer movimento conta, nem que seja uma simples brincadeira. Sabemos que a prática regular de atividade física, como uma caminhada, está associada à redu??o de dor e de fadiga, além de melhorar o estado psicossocial, melhorar a qualidade do sono e evitar o comprometimento funcional. A especialista ainda diz que n?o é preciso se limitar a animais de companhia “tradicionais” para fazer a felicidade de um paciente. O importante é que o paciente e o bichinho estejam em sintonia. Em uma das interna??es que ela acompanhou, conta, um paciente com neoplasia de próstata foi muito beneficiado ao receber a visita de um passarinho de estima??o. — Durante a hospitaliza??o, esse paciente passou a ter um quadro de agita??o importante, que persistiu mesmo após resolu??o de um quadro de infec??o que ele passava. Tivemos toda aten??o durante a avalia??o e ao adotar medidas para o controle daquela agita??o, que estava trazendo riscos e sofrimento ao próprio paciente. — rememora. Rafaela contou que, a certa altura, a filha do paciente contou do amor que o pai sentia por um bicho de estima??o que o acompanhava sempre. Um passarinho. Com todo o cuidado necessário para garantir a seguran?a sanitária da visita, os especialistas permitiram que o paciente recebesse a visita da ave. —Nenhuma outra medida foi efetiva, seja ela medicamentosa ou n?o, para o controle daquela agita??o. A presen?a do pássaro fez com o paciente se organizasse através da dimens?o psíquica e afetiva. Jamais me esquecerei da calmaria que esse pássaro trouxe consigo. Mais recente Próxima Como a 'culpa' pode atrapalhar o tratamento do cancer; e porque é benéfico afastar-se desse sentimento Mais do Globo .post-notifier-pushstream{ display:none}.bstn-fd .bastian-card-mobile,.bstn-item-shape,.tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub--visivel .tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub{ background-color:#fff;contain:layout paint style;margin:16px 0 0;overflow:hidden}.feed-media-wrapper{ margin:24px -24px 0}.bstn-fd-item-cover{ background-color:#ccc;background-position:50%;background-size:cover;height:0;overflow:hidden;padding-top:56.25%;position:relative;width:100%}.bstn-fd-cover-picture{ position:absolute;top:0;left:0;height:100%;width:100%}.bstn-fd-picture-image{ color:transparent;height:100%;width:100%}.feed-post-body{ padding:24px 24px 0}.feed-post-link{ display:block;text-decoration:none}.feed-post-header{ color:#333;font:16px/20px Arial,sans-serif;letter-spacing:-.32px}.bstn-aovivo-label,.feed-post-header-chapeu{ 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