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Chips viram arma estratégica na disputa entre EUA e China; Brasil tenta novo papel

Celulares,guerra sobrenatural jogo computadores, carros e eletrodomésticos em geral. Com a chegada da inteligência artificial e a conex?o em alta velocidade, os chips se tornaram motivo de disputa n?o só de gigantes globais, mas também entre governos. é assim que a indústria de semicondutores vai consolidar seu papel de protagonista nas próximas décadas do século XXI. Ou?a a música: Jingle esquecido que marcou lan?amento do GLOBO volta à vida 100 anos depoisQuantas transforma??es cabem em um século de O GLOBO? Compare em gráficos o Brasil e o mundo em 1925 e hoje Na corrida pelo domínio tecnológico, Estados Unidos, China, Taiwan, Coreia do Sul e Jap?o vêm incentivando suas companhias a acelerarem seus investimentos e travando disputas geopolíticas, com direito a restri??es de exporta??es e importa??es de produtos e componentes, além de uma troca de acusa??es de roubo de propriedade intelectual. Em meio a esse cenário, o Brasil tenta encontrar uma nova oportunidade de inser??o global, após tentativas frustradas e projetos interrompidos nas últimas décadas. Para especialistas ouvidos pelo GLOBO, a pandemia da Covid-19 revelou a dependência das cadeias produtivas, com a escassez de semicondutores afetando a confec??o de diversos itens mundo afora. Hoje, a indústria é dominada pela TSMC, empresa com sede em Taiwan, responsável por cerca de 60% da produ??o global de semicondutores de ponta. Com isso, os EUA vêm tentando ampliar sua influência sobre a ilha, aumentando a tens?o militar com a China, que considera Taiwan uma província rebelde. Ao mesmo tempo, o governo americano, já na administra??o de Joe Biden e em movimento intensificado por Donald Trump, decidiu redobrar suas apostas, liberando mais de US$ 50 bilh?es para fomentar a produ??o local, atrair fabricantes globais e reduzir a dependência de fornecedores asiáticos — uma iniciativa acompanhada por Jap?o e Coreia do Sul. País tem desafios Já a China, principal rival americana, aposta em sua autossuficiência tecnológica, com apoio direto do governo, estimulando o crescimento de diversas companhias, como a Huawei, fabricantes de smartphones e carros elétricos conectados. Assim, Pequim criou o plano de desenvolvimento da próxima gera??o de IA, mirando a lideran?a global até 2030. Para André Gildin, sócio da consultoria RKKG, a disputa por chips envolve bilh?es em incentivos, acordos geopolíticos e domínio de patentes. Para ele, os países já buscam espa?os diferentes nesse ecossistema: — Os EUA focaram no desenvolvimento da IA generativa e das linguagens (os chamados LLMs) que possibilitam as aplica??es. A Nvidia é hoje a grande vencedora quando comparada com as outras big techs. A China tem focado no desenvolvimento local de toda a cadeia do setor, de chips a produtos como celulares e carros. Os europeus preferiram sair na frente em regula??o, com mais aten??o voltada para governan?a de dados e privacidade, mas com grandes barreiras à inova??o. Segundo Jesper Rhode, sócio da consultoria Tr4nsform, desde o fim de 2022, a IA se tornou prioridade das grandes potências. Como ela depende de data centers abastecidos por servidores com chips cada vez mais eficientes, fabricar e controlar esses componentes virou uma quest?o estratégica: — Até pouco tempo, chips eram meros insumos globais, fruto de uma cadeia de suprimentos bilionária que concentrou a produ??o dos componentes mais avan?ados em poucos lugares. O design dos chips está, em grande parte, nos Estados Unidos (Amazon, Nvidia, Apple, Google); os químicos vitais vêm do Jap?o; e a maior fábrica do planeta está em Taiwan. Assim, os EUA restringem a venda de tecnologias da TSMC, Nvidia e ASML à China e atraem a própria TSMC para o território americano. Nesse tabuleiro geopolítico, o Brasil enfrenta muitos desafios, diz Gildin. Para ele, apesar de o país ter talentos, capacidade acadêmica e demanda interna, n?o possui política industrial de longo prazo com olhar para nichos estratégicos: — Assim, corremos o risco também de ficar de fora da corrida pela IA generativa. Já perdemos a primeira onda do desenvolvimento dos LLMs, mas temos uma enorme oportunidade de nos tornarmos uma potência mundial em treinamento de modelos e algoritmos. Temos condi??es de criar uma infraestrutura robusta de data centers, com uma matriz energética favorável. Se n?o tivermos uma vis?o integrada entre mercado e incentivos, nenhuma fábrica de chips sobrevive. Para Gildin, o caminho para o futuro é a colabora??o. Ele cita o caso do Centro Nacional de Tecnologia Eletr?nica Avan?ada (Ceitec), fábrica estatal de chips que o governo Lula retirou da lista de privatiza??es do governo anterior. Criado em 2008, com a promessa de ser o embri?o de uma indústria nacional de semicondutores, o Ceitec chegou a desenvolver chips para rastreamento de animais e passaportes eletr?nicos, mas enfrentou problemas de gest?o, baixa escala de produ??o: — O Brasil tentou desenvolver tudo sozinho, em um setor no qual a colabora??o internacional é chave. O projeto do Ceitec tinha uma boa vis?o técnica, com desenvolvimento de microchips de baixa e média complexidade, mas n?o conseguiu escala comercial suficiente. Mais Sobre Indústria do Amanh? Falta de m?o de obra amea?a indústria no Brasil e exige qualifica??o de 14 milh?es até 2027 ‘N?o é muito verdade que a nossa economia é fechada’, diz Rubens Ricupero :root { --box-recomendacao-font: OGloboTitleFontBold,OGloboTitleFontFallback; --box-recomendacao-base-color: #1e4c9a; --box-recomendacao-contrast-color: #fff; --box-recomendacao-hiperlink-color: #1e4c9a; } Soberania digital Para Rhode, a discuss?o sobre produ??o nacional de chips ressurgiu com o avan?o da tecnologia. Segundo ele, competir nesse setor exige elevados investimentos. O especialista destaca que até os EUA esperam levar mais de uma década para ampliar sua fatia na área: — Para o Brasil, a estratégia é mirar nichos onde tecnologia e mercado se cruzam rapidamente. O país precisa articular incentivo público, forma??o de talentos e pesquisa aberta. Na frente industrial, deveria modernizar a linha de potência do Ceitec. Recentemente, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inova??o (MCTI) anunciou estudos para retomar a atua??o do Ceitec e já estuda acordos bilaterais voltados à microeletr?nica. Para Gildin, o futuro será decidido com base no tripé capacidade de inova??o, escala de produ??o e resiliência geopolítica: — O fator-chave será quem conseguir aliar avan?o tecnológico com cadeias de suprimento. N?o vence só quem faz o chip mais potente; ganha quem consegue garantir sua soberania digital. Este conteúdo faz parte do especial em comemora??o pelo centenário do jornal. Acesse a página O GLOBO 100 anos para ver mais reportagens. Mais recente Próxima Como enfrentar a gentrifica??o: moradias sociais e 'coliving' ganham espa?o nas cidades Indústria do Amanh? Mais do Globo .post-notifier-pushstream{ display:none}.bstn-fd .bastian-card-mobile,.bstn-item-shape,.tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub--visivel .tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub{ background-color:#fff;contain:layout paint style;margin:16px 0 0;overflow:hidden}.feed-media-wrapper{ margin:24px -24px 0}.bstn-fd-item-cover{ background-color:#ccc;background-position:50%;background-size:cover;height:0;overflow:hidden;padding-top:56.25%;position:relative;width:100%}.bstn-fd-cover-picture{ position:absolute;top:0;left:0;height:100%;width:100%}.bstn-fd-picture-image{ color:transparent;height:100%;width:100%}.feed-post-body{ padding:24px 24px 0}.feed-post-link{ display:block;text-decoration:none}.feed-post-header{ color:#333;font:16px/20px Arial,sans-serif;letter-spacing:-.32px}.bstn-aovivo-label,.feed-post-header-chapeu{ vertical-align:middle}.bstn-aovivo-label{ background:red;border-radius:3px;color:#fff;display:inline-block;font:700 11px Arial,sans-serif;margin:0 8px 0 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