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Pimenta-rosa do ES vira matéria-prima para a indústria de cosméticos

Uma pesquisa desenvolvida em S?o Mateus,ériaprimaparaaindústriadecosméjogo de perguntas sobre conhecimentos gerais no Norte do Espírito Santo, conseguiu usar a pimenta-rosa como matéria-prima na produ??o de perfumes.

O período de negocia??es durou cerca de cinco anos, contou com articula??o, suporte técnico e institucional do Incaper e acompanhamento de pesquisadoras da área de bioingredientes da empresa.

A rotina contemplou estudos e pesquisas na produ??o da fazenda, com coletas que eram levadas para análises nos laboratórios.

Foi a produtora rural Ana Paula Martin quem conseguiu atender todos os parametros buscados. Na avalia??o dela, o cuidado diário com a produ??o foi essencial para essa conquista.

O aroma característico da pimenta-rosa, muito utilizada na culinária, agora também vai alcan?ar outros olfatos Brasil afora através das fragrancias desenvolvidas por uma indústria de cosméticos. Uma pesquisa desenvolvida em S?o Mateus, no Norte do Espírito Santo, conseguiu usar essa especiaria como matéria-prima na produ??o de perfumes.

Propriedades como a característica frutada, doce e densa do produto capixaba, atenderam os quesitos de uma das maiores marcas de cosméticos do mundo.

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O período de negocia??es durou cerca de cinco anos, contou com articula??o, suporte técnico e institucional do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extens?o Rural (Incaper) e acompanhamento de pesquisadoras da área de bioingredientes da empresa.

A rotina contemplou estudos e pesquisas na produ??o da fazenda, com coletas que eram levadas para análises nos laboratórios.

Todo esse processo foi necessário para atestar a qualidade da especiaria. Antes do contrato, a empresa usava matéria-prima importada de Madagascar. Após as verifica??es, as propriedades foram atestadas e o produto capixaba passou a ser utilizado nas fragrancias.

1 de 4 Produtora Ana Paula Martin, de S?o Mateus, no Norte do Espírito Santo, se tornou fornecedora de pimenta-rosa para empresa de cosméticos. — Foto: Incaper

Foi a produtora rural Ana Paula Martin quem conseguiu atender todos os parametros buscados. Na avalia??o dela, o cuidado diário com a produ??o foi essencial para essa conquista.

“Nós temos um caderno de campo, que seguimos à risca. Isso permitiu que a produ??o, que antes era voltada para alimentos, pudesse ser usada também nos perfumes, que já est?o em comercializa??o”, pontuou a produtora.

Pimenta-Rosa no Brasil

Pioneiro no cenário nacional, o plantio da aroeira - árvore que dá origem a pimenta rosa - come?ou no Espírito Santo, entre o final da década de 1980 e início da década de 90. A história come?ou com o av? da produtora Ana Paula Martin.

“A minha família sempre participou de feiras, mas em um ano específico n?o pudemos ir. Ent?o, os meus tios e o meu av? receberam uma amostra, e ninguém conhecia a pimenta-rosa por aqui. Com a alta demanda, os primeiros plantios come?aram a ser feitos em S?o Mateus e expandindo para outros municípios do estado”, disse Ana Paula.

2 de 4 Pimenta-rosa do Espírito Santo vira fragrancias para a indústria de cosméticos. — Foto: TV Gazeta

A produtora relatou também que, quando o extrativismo come?ou, os homens n?o faziam este tipo de trabalho, e, por isso, se criou uma cultura que reúne uma m?o-obra majoritariamente feminina, até mesmo nos dias atuais.

“é um trabalho feito pela for?a feminina, que tinha delicadeza ao manusear. Hoje, cerca de 60% dos funcionários que fazem a colheita na fazenda s?o mulheres”, afirmou.

Cultivo na Fazenda

Ana Paula destacou que a fazenda produz cerca de seis a sete toneladas de pimenta-rosa por ano. O formato do plantio permite que n?o sejam usados defensivos agrícolas, criando uma barreira natural para as pragas da pimenta-rosa.

“Nós plantamos a pimenta-rosa peluda, que é mais resistente à pragas e, em volta, plantamos a pimenta-rosa nativa. Assim, as pragas n?o conseguem chegar na planta??o principal, garantindo a qualidade”, informou a produtora.

3 de 4 Pimenta-rosa do Espírito Santo vira fragrancias para a indústria de cosméticos. — Foto: TV Gazeta

A extensionista do Incaper, Fabiana Ruas, que acompanhou o processo, contou que as técnicas e recomenda??es, seguidas à risca pela produtora, permitiram a melhoria na qualidade do fruto.

Qualidade Reconhecida

Em 2023, o município de S?o Mateus conquistou o selo de Indica??o Geográfica (IG) na produ??o de pimenta-rosa. A conquista é dada a produtos ou servi?os que s?o característicos do seu local de origem, o que garante reputa??o e identidade própria, além de os distinguir em rela??o aos seus similares disponíveis no mercado.

Ou seja, produtos com selo de IG apresentam qualidade única em fun??o de recursos naturais como solo, vegeta??o, clima e saber fazer.

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Segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que concede a certifica??o, S?o Mateus se destaca na produ??o de pimenta-rosa, sendo grande polo de produ??o e processamento, líder nas técnicas de manejo da espécie.

O município é considerado o maior produtor e exportador mundial desde 2012, além de ser reconhecido, em 2020, como capital estadual das especiarias, de acordo com a documenta??o enviada pela Associa??o dos Produtores de Aroeira do Espírito Santo (NATIVA).

4 de 4 Produtora Ana Paula Martin, de S?o Mateus, no Norte do Espírito Santo, se tornou fornecedora de pimenta-rosa para empresa de cosméticos. — Foto: TV Gazeta

Em 2022, fortes chuvas atingiram a regi?o Norte do Espírito Santo. Mesmo após perder mais da metade da lavoura de pimenta-rosa, Ana Paula reestruturou a produ??o e alcan?ou a alta qualidade para fornecimento da matéria-prima.

Com contrato por tempo indeterminado com a empresa de cosméticos, a produtora celebra a conquista e reconhecimento do uso da pimenta-rosa capixaba por uma marca nacional.

“Fico muito feliz em saber que foi o meu av? quem come?ou com essa cultura e eu poder dar continuidade 40 anos depois, é muito gratificante”, finalizou.

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