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Putin diz que tropas europeias na Ucrania seriam 'alvo legítimo' após 26 países prometerem enviar soldados no pós-guerra

1 de 3 Presidente da Rússia,aniaseriamalvolegítimoapóspaísesprometeremenviarsoldadosnopóquando será o próximo jogo do internacional Vladimir Putin. — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (5) que quaisquer tropas ocidentais enviadas à Ucrania seriam considerados alvos legítimos de ataques russos.

A fala de Putin ocorre um dia após o presidente da Fran?a, Emmanuel Macron, afirmar que 26 países haviam se comprometido a enviar tropas e fornecer garantias de seguran?a à Ucrania, incluindo uma for?a internacional em terra, no mar e no ar, no pós-guerra. (Leia mais abaixo)

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"Em rela??o a possíveis contingentes militares estrangeiros na Ucrania, essa é uma das causas fundamentais de se tentar atrair a Ucrania para a Otan. Portanto, se algumas tropas aparecerem lá, especialmente agora, durante opera??es militares, partimos do princípio de que ser?o alvos legítimos para destrui??o", afirmou Putin em entrevista em um fórum econ?mico em Vladivostok.

A presen?a de tropas ocidentais na Ucrania sempre foi considerado inaceitável pelo governo russo, e Putin reiterou o argumento de que uma das raz?es pela qual invadiu a Ucrania foi impedir que a Otan admitisse Kiev como membro e posicionasse suas for?as no país.

“E se forem tomadas decis?es que levem à paz, a uma paz duradoura, ent?o simplesmente n?o vejo nenhum sentido na presen?a delas no território da Ucrania, ponto final”, completou Putin.

O presidente da Ucrania, Volodymyr Zelensky, disse nesta sexta-feira que "milhares" de soldados estrangeiros poderiam ser enviados ao país como parte de garantias de seguran?a em um acordo de paz para encerrar a guerra com a Rússia. “Definitivamente n?o ser?o poucos dígitos, mas sim na ordem dos milhares. E isso é um fato, mas ainda é um pouco cedo para falar sobre isso”, disse.

O planejamento de garantias de seguran?a à Ucrania após um cessar-fogo no conflito está sendo liderado por países europeus, mas outros membros da Otan, como o Jap?o e o Canadá, também participam das tratativas. N?o foram revelados os 26 países que se dispuseram a enviar tropas à Ucrania.

Apesar de Trump ter dito que os Estados Unidos n?o ir?o enviar tropas à Ucrania, o país poderia liderar os esfor?os de vigilancia em uma eventual zona-tamp?o criada entre as regi?es dominadas pelas tropas russas e o restante do território ucraniano, segundo o jornal americano "NBC".

Europeus pela seguran?a da Ucrania

Líderes de mais de 30 países - entre eles o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e vários europeus - se reuniram com Zelensky na quinta-feira (4).

O encontro da chamada Coaliza??o dos Dispostos aconteceu em Paris, com o objetivo de discutir os próximos passos para tentar colocar fim ao conflito entre o país e a Rússia.

Em coletiva de imprensa após as negocia??es, o presidente da Fran?a, Emmanuel Macron, contou que 26 países se comprometeram em enviar tropas à Ucrania, "seja em papel terrestre, marítimo ou aéreo", como garantia de seguran?a em caso de um acordo de cessar-fogo.

"Vinte e seis países concordaram em fornecer garantias de seguran?a à Ucrania. Acredito que hoje, pela primeira vez em muito tempo, tivemos o primeiro passo concreto", festejou Zelensky.

2 de 3 Reuni?o entre presidente da Ucrania e líderes de mais de 30 países foi realizada em Paris — Foto: X / Reprodu??o

O presidente ucraniano afirmou que "todos concordam que Rússia está rejeitando qualquer iniciativa de paz" e que novo pacote de san??es contra o governo de Vladimir Putin está sendo preparado.

"Temos uma vis?o comum de que a Rússia está fazendo tudo o possível para prolongar o processo de negocia??o e continuar a guerra. é necessário aumentar o apoio à Ucrania e intensificar a press?o sobre a Rússia. Está em andamento a prepara??o do 19o pacote de san??es da Uni?o Europeia. O Jap?o também está trabalhando em medidas sancionatórias", detalhou o presidente ucraniano em pronunciamento na rede social Telegram.

Segundo com um funcionário da Casa Branca, Trump aproveitou para pedir aos líderes europeus que parem de comprar petróleo russo, argumentando que, com isso, eles est?o ajudando Moscou a financiar sua guerra contra Kiev.

"A reuni?o da 'Coaliz?o dos Dispostos' foi sobre garantias de seguran?a para a Ucrania. O presidente Trump questionou a seriedade delas, já que continuam a alimentar a economia e a guerra da Rússia. O presidente Trump enfatizou que a Europa deve parar de comprar petróleo russo, que está financiando a guerra — já que a Rússia recebeu 1,1 bilh?o de euros em vendas de combustível da UE em um ano. (...) E que os líderes europeus devem exercer press?o econ?mica sobre a China para financiar os esfor?os de guerra da Rússia", disse autoridade do governo republicano à agência de notícias Reuters.

O presidente da Finlandia, Alexander Stubb, confirmou que Trump sugeriu san??es sobre o petróleo e o gás russos:

"A abordagem de Trump foi basicamente a de que devemos agir juntos na política de san??es e agora buscar maneiras, em particular, de deter a máquina de guerra da Rússia por meios econ?micos. Nesse caso, há dois alvos: petróleo e gás. A presidente da Comiss?o, Ursula von der Leyen, e os assessores próximos do presidente Trump discutir?o isso nas próximas 24 horas".

Um projeto de lei da Comiss?o Europeia prop?e eliminar gradualmente as importa??es de petróleo e gás russos da UE até 1o de janeiro de 2028.

Putin diz estar pronto para reuni?o

3 de 3 Presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz estar pronto para encontrar com Zelensky durante coletiva de imprensa em Pequim, na China, em 3 de setembro de 2025. — Foto: REUTERS/Maxim Shemetov/Pool

Nesta quarta-feira (3), Putin disse que está "pronto" para um encontro bilateral com Zelenksy, mas imp?s como condi??o que a reuni?o ocorra em Moscou, questionou se a reuni?o "faz sentido" e disse que sua ofensiva militar no país vizinho continuará caso o acordo n?o contemple exigências da Rússia.

"Eu estou pronto para um encontro com Zelensky se ele vier a Moscou. Nunca descartei a possibilidade desse encontro. Mas será que isso faz sentido?", declarou durante uma entrevista coletiva concedida à imprensa durante sua visita à China.

Para que a reuni?o ocorra, afirmou Putin, é preciso que todas as tratativas sejam bem preparadas com antecedência para que haja "resultados tangíveis".

Questionado nesta quinta sobre as declara??es do russo, Zelensky disse n?o acreditar na boa vontade de Putin:

"A ideia de minha ida a Moscou mostra que a Rússia n?o quer que o encontro aconte?a".

A possibilidade de um encontro entre Putin e Zelensky — que seria o primeiro desde o início da guerra na Ucrania, há três anos e meio — foi aberta durante a cúpula entre Putin e o presidente os EUA, Donald Trump, em meados de agosto no Alasca.

Nos dias posteriores, no entanto, declara??es de diferentes membros do governo russo esfriaram a possibilidade.

A cúpula no Alasca terminou também sem propostas concretas para um cessar-fogo ou para negocia??es do fim da guerra.