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Aterro de Gramacho?tem capacidade para acumular 23 milh?es de litros de chorume, evitando contamina??o do manguezal

Destino de dejetos produzidos na cidade do ?temcapacidadeparaacumularmilh?esdelitrosdechorumeevitandocontamina??roleta da cigarra e da formigaRio de Janeiro por mais de três décadas, o aterro sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, já foi conhecido como o maior lix?o a céu aberto da América Latina. Fechado em 2012, ainda hoje é considerado uma área de risco ambiental. O terreno exige cuidados para evitar que o chorume —líquido proveniente da decomposi??o organica, eventualmente misturado a metais pesados — produzido pelo acúmulo de dejetos contamine o manguezal do entorno, e até a Baía de Guanabara. Essa opera??o custa R$ 2 milh?es por mês à Comlurb, gastos com equipes que cuidam de uma esta??o de tratamento, além da manuten??o de lagoas usadas para armazenar o material poluente. O passivo é t?o grande que a expectativa é que Gramacho continue a produzir chorume pelo menos até 2050. Máquinas de jogos: Paes e Castro ainda n?o se reuniram para tratar sobre a videoloteriaMulheres pardas entre 20 e 29 anos: grupo representa principais vítimas de violências notificadas por profissionais de saúde Aterro sanitário de Jardim Gramacho, que já foi considerado o maior lix?o da América Latina 1 de 20 Fechado há muitos anos, antigo aterro de Gramacho é vizinho de um antigo e crescente lix?o, que avan?a para os manguezais — Foto: Custodio Coimbra/Agência O Globo/14-08-2025 2 de 20 Antigo aterro de Gramacho: problema agora é o que fazer com o chorume — Foto: Custodio Coimbra/Agência O Globo/14-08-2025 Pular X de 20 Publicidade 20 fotos 3 de 20 Registro dos últimos dia do Lix?o de Gramacho, antes do fechamento oficial — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo/22-05-2012 4 de 20 últimos dias antes do fechamento do lix?o de Gramacho — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo/11-04-2012 Pular X de 20 Publicidade 5 de 20 O lix?o de Gramacho às vésperas do encerramento das atividades — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo/22-05-2012 6 de 20 Mesmo depois de fechado, pessoas continuaram vivendo do lix?o de Gramacho, em Caxias — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo/11-11-2020 Pular X de 20 Publicidade 7 de 20 Após o fechamento, a vida das pessoas que continuaram vivendo do lix?o de Gramacho — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo/11-11-2020 8 de 20 Estamira Gomes de Sousa trabalhou durante duas décadas no lix?o de Gramacho. Com distúrbios mentais e discurso filosófico e poético, virou tema de documentário premiado — Foto: Marcos Prado/Divulga??o/07-03-2005 Pular X de 20 Publicidade 9 de 20 Estamira, a "filósofa" do lix?o, virou tema de documentário premiado — Foto: Marcos Prado/Divulga??o/07-03-2005 10 de 20 O lix?o de Gramacho em pleno funcionamento — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo/24-05-2008 Pular X de 20 Publicidade 11 de 20 A maioria das pessoas que trabalhava no lix?o de Gramacho nunca teve certid?o de nascimento — Foto: Fábio Guimar?es/Agência O Globo/26-04-2012 12 de 20 No entorno do lix?o de Gramacho, um rastro de miséria — Foto: Fábio Guimar?es/Agência O Globo/26-04-2012 Pular X de 20 Publicidade 13 de 20 A vida no entorno do lix?o de Gramacho — Foto: Roberto Moreyra/Agência O Globo/17-03-2012 14 de 20 As mulheres no lix?o de Gramacho, em Caxias — Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo/16-04-2012 Pular X de 20 Publicidade 15 de 20 As mulheres no lix?o de Gramacho, em Caxias — Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo/16-04-2012 16 de 20 O lix?o de Gramacho no fim do dia — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo/10-08-2009 Pular X de 20 Publicidade 17 de 20 Divulga??o do filme "Lixo Extraordinário", uma análise sobre o trabalho do artista plástico Vik Muniz no Jardim Gramacho — Foto: Divulga??o/19-01-2011 18 de 20 Vik Muniz no lix?o de Gramacho: o artista plástico estreitou rela??es com os trabalhadores do local no documentário "Lixo Extraordinário" — Foto: Divulga??o/18-01-2011 Pular X de 20 Publicidade 19 de 20 O problema que persistiu: Lix?es clandestinos ativos no entorno do Aterro de Gramacho — Foto: Custodio Coimbra/Agência O Globo/12-05-2011 20 de 20 Lix?o clandestino no entorno de Gramacho — Foto: Custodio Coimbra/Agência O Globo/12-05-2011 Pular X de 20 Publicidade O local operou por quase quatro décadas e fechou em maio de 2012 O despejo de lixo a céu aberto no local — com área superior à do Aterro do Flamengo — foi cena comum entre 1978 e 2006, quando come?aram a ser adotadas medidas para minimizar o impacto ambiental na área. A última fase desse projeto foi concluída no mês passado, com a inaugura??o de nova lagoa de chorume, a sexta de Gramacho, usada para armazenar o material n?o tratado. — Antes dessa obra, quando chovia forte, tínhamos que adotar medidas para evitar que n?o vazasse até a Baía. Uma parte do excedente que n?o conseguíamos tratar nessas condi??es acabava sendo levada para esta??es de tratamento de esgoto (ETE) do Rio em solu??o de emergência — explica Jorge Arraes, presidente da Comlurb. Lagoas de chorume O dirigente da empresa de limpeza pública da cidade chama aten??o para a complexidade da rotina local. Parte do chorume acumulado nas lagoas segue para uma esta??o de tratamento capaz de processar 45 mil litros por hora. O excedente é transportado por caminh?es-pipa até áreas que eram usadas para despejo de lixo, onde o líquido passa por nova filtragem. Mesmo após o tratamento, a água usada no processo continua imprópria para o consumo humano e, por isso, é despejada em afluentes do Rio Saracuruna — seguindo regras do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Toda essa estratégia busca evitar a contamina??o do entorno, mas o ambientalista Sérgio Ricardo de Lima, do Movimento Baía Viva, faz críticas às a??es de tratamento do chorume e ao monitoramento ambiental: — Em quase 40 anos, o lixo despejado em Gramacho foi suficiente para acumular 1,6 milh?o de litros de chorume. Essa esta??o de tratamento é muito pequena para cuidar de tudo isso. E há relatos de que chegou a ficar fora de opera??o em alguns momentos, poluindo o meio ambiente. Gramacho sofre ainda com outro problema sério. Ao redor da instala??o existem aterros clandestinos, que crescem cada vez mais em áreas controladas por traficantes, e geram chorume também — afirma Sérgio Ricardo. O ambientalista acrescenta que pescadores artesanais da Baía de Guanabara atribuem à situa??o atual em Gramacho dificuldades para exercer seu ofício no entorno do Rio Sarapuí. Com entrada em opera??o da nova lagoa, Gramacho passa a ter capacidade de acumular até 23 milh?es de litros de chorume, o equivalente ao volume de água de 9,2 piscinas olímpicas (cada uma comporta 2,5 milh?es de litros). A chegada da sexta estrutura resultou em aumento de 22%, em compara??o à capacidade anterior, de aproximadamente 19 milh?es de litros. O chorume chega às lagoas por uma vala que circula o antigo lix?o. Para evitar a contamina??o do solo, essa estrutura recebeu revestimento de uma espécie de argila fina, pouco permeável. Outra parte da opera??o consiste em monitorar a estabilidade dos terrenos, já que em algumas áreas o lixo armazenado ao longo dos anos chegou a 60 metros de altura, o equivalente a um prédio de 20 andares. —O passivo ambiental deixado por Gramacho era muito grande. Na realidade, quase tudo que a Comlurb prometeu ao desativar o aterro foi cumprido. Os manguezais foram recuperados e foi implantado um polo de reciclagem para os antigos catadores que trabalhavam lá. Mas algumas iniciativas n?o saíram do papel, como uma parceria com a prefeitura de Caxias para reurbanizar o bairro, degradado por décadas— diz o deputado e ambientalista Carlos Minc, líder do PSB na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Estudos para energia solar Na década passada, através de uma concess?o à iniciativa privada, houve explora??o e comercializa??o do biogás formado a partir do lixo em decomposi??o. Segundo a Comlurb, ainda há emiss?o de gás metano, mas a quantidade n?o é mais viável economicamente. Há outras op??es em estudo para o futuro uso do terreno. —Uma das ideias é aproveitar áreas de Gramacho que n?o receberam lixo para implantar uma fazenda de capta??o de energia solar, para gera??o de energia elétrica, assim como fizemos em um aterro desativado de Santa Cruz (em fase de instala??o de equipamentos). Estudos de viabilidade econ?mica est?o sendo feitos pela iniciativa privada. A gente deve ter os resultados em setembro, para decidir se vamos licitar uma opera??o do gênero— diz o presidente da Comlurb. Caso o projeto seja bem-sucedido, estima-se que Gramacho teria capacidade de fornecer 50 megawattshora de energia, o suficiente para abastecer até 50 mil residências. Gramacho fechou em definitivo em maio de 2012, às vésperas da Rio +20, a Conferência das Na??es Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. A partir daquela época, mais de 9,5 mil toneladas de lixo recolhidas na cidade do Rio de Janeiro e em outros municípios da regi?o metropolitana passaram a ter como destino o Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica (CTR). Quando o aterro sanitário de Jardim Gramacho entrou em opera??o, em 1978, a legisla??o ambiental era menos rígida do que a atual. Por anos, o lugar funcionou como um lix?o sem qualquer controle, em torno do qual chegaram a se reunir 6 mil catadores, incluindo crian?as, que buscavam material reciclável. Boa parte dos resíduos e do chorume produzido chegava aos manguezais e contaminava a Baía de Guanabar. — A ideia de despejar lixo ali às margens da Baia n?o seguiu critérios técnicos e revela a incompetência dos governantes daquela época. E as gera??es seguintes pagam pela falta de planejamento, — critica o presidente da Associa??o Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes-RJ), Renato Espírito Santo. Perigo aéreo Além de catadores, o descarte diário a céu aberto atraía urubus, que se alimentavam de material em decomposi??o. Houve ocasi?es em que a concentra??o de aves chegou a atrapalhar as opera??es no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Gale?o). O lixo doméstico ainda era misturado a material oriundo de clínicas e hospitais, expondo os catadores ao risco de doen?as. A partir de 1996, Gramacho come?ou a receber melhorias que a longo dos anos mudaram sua classifica??o de lix?o para aterro controlado, com o material acumulado coberto por mantas. 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