Conhe?a oito casos de brasileiras vítimas de feminicídio ou violência sexual em 2023, que já acendem alerta para números em alta
Sustentabilidade avan?a no mercado Fundos de Investimento Valor Econ?mico.txt
Annelise Vendramini,?anomercadoFundosdeInvestimentoValorEcon?jogo nba ao vivo hoje do FGVces, diz que urgência da crise climática está atraindo interesse por esses investimentos — Foto: Rogério Vieira/Valor O aumento da oferta de fundos chamados “verdes” e do seu patrim?nio líquido mostram que a sustentabilidade pauta cada vez mais o mercado de investimentos. Dados de mar?o passado da Associa??o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) indicam 91 fundos IS (investimento sustentável) e 39 que integram aspectos ESG (sigla em inglês para critérios ambientais, sociais e de governan?a). Em dezembro de 2022, esses números eram 41 e 13, respectivamente. O patrim?nio líquido dos dois tipos de fundos somados era, em mar?o deste ano, de cerca de R$ 13,4 bilh?es contra R$ 7,4 bilh?es no fim de 2022. Os fundos IS viram seu patrim?nio líquido subir, nesse período, de R$ 5,6 bilh?es para R$ 9,1 bilh?es. Já os fundos ESG passaram de R$ 1,8 bilh?o para R$ 4,3 bilh?es. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); “Estamos falando de um mercado de nicho, com tendência de crescimento”, diz Cacá Takahashi, diretor da Anbima e coordenador da Rede de Sustentabilidade da entidade. Ele acredita que a expans?o ocorrerá paulatinamente, em fun??o do cenário macroecon?mico e geopolítico e da característica de prazo maior dos fundos sustentáveis. “O ambiente atual faz com que o investidor permane?a em posi??es líquidas de mais curto prazo”, observa. Leia mais: Rumo à renda fixaComo atravessar o 'inferno astral' dos fundos de a??esOpera??es estruturadas entram no radar do investidor pessoa físicaBons retornos em momentos de volatilidade De acordo com a Anbima, a diferen?a entre os fundos IS e ESG é que os primeiros têm foco 100% sustentável, sendo esse seu objetivo. Já os ESG consideram os aspectos ambiental, social e de governan?a em sua gest?o, sem ter o investimento sustentável como objetivo principal. Para ganhar o sufixo IS, um fundo já deve ser ESG e a mudan?a exige adapta??o. A Anbima acompanha os fundos para garantir que eles estejam enquadrados em suas defini??es. Em janeiro, a JGP, gestora de ativos independente, e a BB Asset anunciaram parceria para a cria??o de uma nova gestora de fundos orientada para ESG. “Uma full platform, dispondo de uma grade completa de produtos para investidores locais e internacionais”, conta o sócio da JGP, Guilherme Bragan?a. Essa nova gestora está em fase pré-operacional. O montante sob gest?o da JGP em fundos verdes - s?o 20, dos quais 9 IS e 11 ESG - chegou, no fim de abril, a R$ 1 bilh?o, dos quais R$ 782 milh?es nos produtos IS. Há um ano, esse valor IS mais ESG somava R$ 400 milh?es. O aumento, destaca Bragan?a, se deu principalmente devido à associa??o com a BB Asset, “que nos deu acesso aos seus diversos canais de distribui??o”. Bragan?a vê a agenda de sustentabilidade ganhando relevancia. “Algumas evidências, como as altera??es do clima e as press?es sociais, s?o cada vez mais claras”, diz. Os fundos ligados à agenda da sustentabilidade da JGP se concentram em crédito privado e a??es, voltados para o público qualificado e investidores em geral. A BNP Paribas Asset Management Brasil possui dez fundos “IS”, divididos em estratégias de renda fixa e de renda variável. Para Aquiles Mosca, diretor das áreas comercial, de marketing e digital da gestora, os investimentos sustentáveis no Brasil vêm exigindo um esfor?o de educa??o por parte dos gestores para acelerar seu crescimento. Algumas evidências, como as altera??es do clima e as press?es sociais, s?o cada vez mais claras” — Guilherme Bragan?a Isso porque, observa, ainda há um certo preconceito dos investidores, que acreditam “erradamente que a incorpora??o de fatores ESG na gest?o implica renunciar a retornos extraordinários para a carteira”. Mosca comenta que muitas multinacionais, mais maduras em rela??o ao assunto, vêm orientando suas subsidiárias no Brasil a terem ao menos uma parcela de seus investimentos em fundos ESG. “A educa??o e a demanda oriunda de multinacionais têm impulsionado o patrim?nio de nossos fundos ESG”, diz ele. Outra que aposta no segmento é Santander Asset Management. De acordo com Luzia Hirata, gerente ESG da institui??o, a sele??o de ativos pra os fundos da família Ethical se baseia em metodologia global, que avalia as empresas de maneira absoluta e relativa aos seus pares, para classificá-las em rela??o ao desempenho ESG. “Além disso, nossa diretriz global nos restringe investir em setores específicos como bebidas alcoólicas, tabaco e óleo e gás”, conta. Para ela, o desenvolvimento de instrumentos financeiros que busquem solu??es para temas críticos como mudan?as climáticas, entre outros, tendem a atrair mais investidores. Os produtos Ethical incluem fundos de a??es que investem até 100% em empresas que consideram aspectos de sustentabilidade e fundos de previdência, que aportam até 70% (limite imposto pela Susep) em a??es de empresas sustentáveis e o restante em renda fixa, títulos públicos ou privados, n?o necessariamente vinculados à agenda ESG. Annelise Vendramini, coordenadora do programa Finan?as Sustentáveis do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Funda??o Getulio Vargas (FGVces), diz que dentro da dimens?o ambiental, o fator climático é um foco. “Isso se dá pela urgência da crise climática e pelo amadurecimento, por parte dos investidores, quanto à materialidade desse risco”. Perto do tamanho da economia brasileira, aponta Annelise, a quantidade de empresas com capital aberto em bolsa ainda é relativamente pequena e, as de capital fechado, tendem a buscar recursos financeiros via crédito bancário, aumento de capital e private equity. “Ent?o, podem ser menos influenciadas pelo movimento da indústria de fundos em geral, principalmente os passivos. Porém, é bom lembrar que o mercado bancário brasileiro já tem práticas ESG há muito tempo”, diz. Já as empresas de capital aberto, aponta, podem ser mais sensíveis ao sentimento do mercado e demandas de investidores atuais e futuros, a depender também de sua estrutura de capital. Para que o investidor n?o seja iludido por “greenwashing” - termo em inglês para a cria??o de uma falsa imagem “verde” -, Emerson Morelli, líder de wealth and asset management da EY, diz ser importante uma análise prévia e criteriosa das informa??es dos fundos. “A inteligência artificial tem facilitado o ‘cross-check’ de dados públicos para confirma??o da veracidade e integridade dos impactos ambientais, climáticos ou sociais alegados nos prospectos”, diz.