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‘Bioeconomia gera renda com floresta de pé’: Especialista fala de desafio da COP no financiamento do combate às mudan?as climáticas

Em julho,éEspecialistafaladedesafiodaCOPnofinanciamentodocombateàsmudan?asclimánomes de jogos de terror líderes de diferentes organiza??es entregaram à presidência da 30a Conferência das Na??es Unidas Sobre Mudan?as Climáticas (COP30) uma carta reivindicando um pacto internacional, liderado pelo Brasil, que garanta US$ 7 bilh?es anuais para a prote??o da Amaz?nia. Segundo a ambientalista Karen Oliveira, diretora de Políticas e Climas da The Nature Conservancy (TNC), uma das entidades signatárias, o desafio da COP será, justamente, costurar novos mecanismos para o financiamento global das a??es contra as mudan?as climáticas. Cofacilitadora da Coaliz?o Brasil Clima, geóloga de forma??o, Karen está otimista e diz que o Brasil tem bons exemplos na área da bioeconomia para mostrar que é possível conciliar preserva??o com desenvolvimento econ?mico. Como se calculou o valor de US$ 7 bilh?es anuais para prote??o da Amaz?nia? O cálculo se baseou em um estudo do Banco Mundial sobre o valor econ?mico da Amaz?nia preservada. O estudo estimou o montante em US$ 317 bilh?es por ano, levando em conta a biodiversidade e os servi?os ambientais prestados pela floresta, como as chuvas e o armazenamento de carbono. O desmatamento já removeu mais de 17% da cobertura vegetal, e mais de 30% da Amaz?nia no Brasil está degradada. Baseado nesses resultados, chegou-se ao marco de US$ 7 bilh?es anuais, equivalente ao que vem se perdendo. Seria o custo da recupera??o. A carta foi bem recebida pela presidência da COP30? Muito bem recebida. A presidência da COP estabeleceu um processo de mutir?o de a??o coletiva, que resultou em uma agenda com seis grandes eixos temáticos. Um é justamente dedicado a florestas e a biodiversidade. A expectativa da presidência da COP é usar essa agenda de forma a complementar os resultados finais das negocia??es, movimentar recursos e solu??es para além da COP. Ent?o, a expectativa é que nosso pedido possa ser incluído. O Brasil lidera o pleito para que países ricos contribuam com os fundos climáticos globais, mas o presidente da COP, André Corrêa do Lago, afirmou que as doa??es s?o poucas. O que esperar? O desafio é enorme e vai ser um dos pontos nevrálgicos dos debates. Na COP anterior, no Azerbaij?o, foi estabelecida uma nova meta coletiva quantificada (NCQG), de US$ 300 bilh?es por ano, que substituiria a proposta de doa??o dos países ricos aos países em desenvolvimento. Porém, no contexto global, os países desenvolvidos dizem que o modelo de financiamento acordado já n?o funciona, alegando que os compromissos firmados n?o est?o sendo honrados. Ent?o, ser?o necessários novos modelos, com a entrada do setor privado e a cria??o de outros mecanismos financeiros, para se chegar perto desse valor. Há exemplos de novos mecanismos financeiros? Há mecanismos como convers?o de dívida externa, com benefícios para o meio ambiente. Temos exemplos no Gab?o, no Caribe e no Equador. O blended finance (financiamento misto), que é esse mix entre recursos públicos e privados, é um outro exemplo. Há a possibilidade de títulos do Tesouro revertidos para quest?es ambientais, o que vem sendo praticado no Brasil, dentro do Fundo Clima. O grande desafio vai ser dar escala, porque o que tem s?o exemplos pequenos. Precisamos sair do projeto-piloto para um programa de política pública global. O governo brasileiro vem afirmando que essa próxima conferência será a COP da implementa??o. A meta será alcan?ada? A implementa??o se dá de muitas formas. Um dos pontos que v?o ser muito importantes é a agenda de adapta??o, que deve ter metas claras para direcionar recursos. No cenário atual, temos que combater a crise climática, mas também aprender a conviver com ela. Outro ponto é a centralidade das pessoas durante esse debate, o que vem com a justi?a climática. Como se alcan?a a justi?a climática? Vamos ter diferentes frentes de a??o. O impacto dos eventos climáticos catastróficos afeta a todos, mas principalmente as popula??es vulneráveis. Ent?o, justi?a climática é dar voz a todos e reconhecer que direitos humanos também fazem parte do enfrentamento da mudan?a climática. é preciso garantir que todos tenham as mesmas condi??es e acesso a empregos em um processo de transi??o energética e mudan?a de modelo econ?mico. Quais solu??es o Brasil pode compartilhar durante a COP30 em Belém? Nossas emiss?es est?o centradas no uso desordenado do solo, muito relacionado ao desmatamento. Ent?o, é fundamental que o Brasil demonstre resultados concretos para alcan?ar o desmatamento zero, chegar a um estágio em que você possa ter um processo de compensa??o e uma economia de baixo carbono. é o melhor exemplo que o Brasil pode levar, somado, obviamente, a uma matriz energética cada vez mais limpa, com aumento de fontes renováveis. Mas o combate ao desmatamento precisa se somar a políticas de incentivo, para manter o desenvolvimento econ?mico em certos setores, principalmente o agrícola. Ent?o, é possível conciliar desenvolvimento econ?mico com preserva??o? é absolutamente possível, e é aí que está o fator de mudan?a. Nossa sociobioeconomia reúne iniciativas como as reservas extrativistas na Amaz?nia, onde comunidades geram renda com castanha-do-pará, borracha, óleo de copaíba e outros produtos, sem derrubar árvores. Pode-se também lan?ar m?o de concess?es que permitam o uso de áreas públicas para manejo florestal ou restaura??o. S?o formas de se gerar emprego, atrair investimentos e explorar produtos de alto valor agregado, fortalecendo economias locais, mas mantendo as florestas de pé, contribuindo para o combate às mudan?as climáticas. E como fica a imagem do Brasil com o avan?o de projetos como a Ferrogr?o (ferrovia na Amaz?nia) e a explora??o de petróleo na Margem Equatorial? Essas contradi??es s?o preocupantes, é importante que o Brasil tenha critérios bem definidos de transparência e governan?a desses projetos, além de políticas ambientais estruturadas. O processo de transi??o para uma economia de baixo carbono n?o acontece do dia para a noite. Precisa de planejamento integrado e vis?o sistêmica. é isso que a gente espera que o Brasil leve para a COP30. Os problemas de hospedagem de Belém podem afetar as negocia??es finais da COP30, com possível ausência ou redu??o de delega??es? Toda COP tem problemas. Acredito que está havendo um esfor?o para equalizar isso. Para além dos atores governamentais, eu destaco também o caminho até a COP, com dezenas de eventos paralelos. A gente pode ter uma COP bem-sucedida, mas o desafio é real. A presidência da COP 30 vem anunciando medidas para incluir povos tradicionais nas discuss?es. Acha que essas comunidades estar?o bem representadas? A gente tem a Cúpula dos Povos sendo presidida pela ministra Sonia Guajajara, é um espa?o bastante democrático, de participa??o das comunidades tradicionais e dos povos indígenas. Junto com outros instrumentos como o Caucus Indígena. O rumo à COP30 é muito importante. Tivemos a conferência em Brazzaville (Congo), onde a Alian?a Global dos Povos Indígenas conseguiu reunir indígenas do mundo inteiro para debater recomenda??es à COP 30. A Cúpula dos Povos promoveu vários debates na Semana Climática de Londres. Ent?o, s?o espa?os onde cada vez mais a gente vem observando uma presen?a crescente de lideran?as indígenas. Soma-se também o movimento da juventude que também tem sido bastante representativo e o das mulheres. O plano de a??o de gênero, inclusive, é um dos itens de debate nas negocia??es. Mais recente Próxima A voz das aldeias e dos quilombos: Rádio Nacional dos Povos cria nova forma de comunica??o de olho na COP 30 Mais do Globo .post-notifier-pushstream{ display:none}.bstn-fd .bastian-card-mobile,.bstn-item-shape,.tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub--visivel .tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub{ background-color:#fff;contain:layout paint style;margin:16px 0 0;overflow:hidden}.feed-media-wrapper{ margin:24px -24px 0}.bstn-fd-item-cover{ background-color:#ccc;background-position:50%;background-size:cover;height:0;overflow:hidden;padding-top:56.25%;position:relative;width:100%}.bstn-fd-cover-picture{ position:absolute;top:0;left:0;height:100%;width:100%}.bstn-fd-picture-image{ color:transparent;height:100%;width:100%}.feed-post-body{ padding:24px 24px 0}.feed-post-link{ display:block;text-decoration:none}.feed-post-header{ color:#333;font:16px/20px Arial,sans-serif;letter-spacing:-.32px}.bstn-aovivo-label,.feed-post-header-chapeu{ 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