Muitos exageraram os custos da transi??o e estamos mais avan?ados do que as pessoas acham, diz presidente da COP30 Brasil Valor Econ?mico.txt

Fotógrafo latino exp?e mudan?as climáticas no Brasil: ‘Ficaram desconcertados ao descobrirem que era a Amaz?nia’

O fotógrafo peruano-mexicano Musuk Nolte transformou imagens de paisagens do ógrafolatinoexp?emudan?asclimáticasnoBrasilFicaramdesconcertadosaodescobriremqueeraaAmaz?poker pairnorte brasileiro em uma denúncia dos efeitos das mudan?as climáticas. Aos 37 anos, o profissional produziu a série premiada de registros “Secas na Amaz?nia”. Ele registrou episódios como o esvaziamento da bacia do Rio Solim?es, no Amazonas, o isolamento de comunidades ribeirinhas e a desestrutura??o das rela??es sociais e culturais da regi?o. Uma das fotografias foi escolhida pelo concurso internacional World Press Photo 2025 como finalista na categoria “foto do ano”. O trabalho está exposto em uma mostra itinerante na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, no centro da cidade. A exposi??o apresenta os vencedores do 68o Concurso World Press Photo 2025, um dos principais no ramo da fotografia. Além de Nolte, fotógrafos de mais de 30 países foram convidados a expor os trabalhos. Ao todo, s?o 42 projetos vencedores que refletem temas urgentes da atualidade: política, gênero, migra??o, conflitos armados e crises climáticas. A mostra está aberta para os visitantes até 20 de julho. O fotógrafo relembra a origem do interesse pela flora brasileira. – Já trabalhei muito na Amaz?nia. A minha m?e é antropóloga, ent?o viajei com ela quando era menino. Estou trabalhando nesse projeto há cinco anos, e comecei retratando as secas. Primeiro, em Iquitos, a principal cidade amaz?nica no Perú. Depois, fui para Manaus em colabora??o com o fotógrafo Raphael Alves. Visitamos diferentes espa?os onde a situa??o da seca era muito grande. Morador de Manaus e amigo dele, Alves facilitou a execu??o do projeto e as movimenta??es entre as comunidades ribeirinhas. O fotógrafo já conhecia a regi?o e tinha rela??es com as pessoas. Até ent?o, Nolte nunca havia entrado em contato com esse grupo. “A forma??o da minha m?e me fez desenvolver uma postura consciente [com pessoas que residem nas proximidades dos rios]”, completa. – Tenho muito interesse sobre o que está acontecendo no Brasil. é semelhante ao que está acontecendo no Perú. é interessante a rela??o entre as situa??es, como afetam os indígenas e os países, principalmente as fronteiras e a política – opina. Uma imagem do projeto “Secas na Amaz?nia”, de Musuk Nolte, da Bertha Foundation, é finalista do World Press Photo do Ano em 2025. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ Nolte descreve que a preocupa??o com a situa??o atual da Amaz?nia se dá sobretudo por sua nacionalidade peruana. “A mudan?a climática está tendo um impacto muito forte e severo” no Peru, reconhece ele, sobre o país que mora. Envolvimento profissional com o Brasil N?o é o primeiro projeto realizado por Musuk Nolte em solo brasileiro. Nascido na Cidade do México, na capital do país, ele colabora frequentemente com comunidades e culturas das regi?es andina e amaz?nica. O trabalho combina fotografia documental e artística para lan?ar luz sobre quest?es sociais, como a memória e a degrada??o ambiental. Reconhecido internacionalmente, o fotojornalista tem se destacado pela abordagem sensível e crítica. A imagem de destaque da série “Secas na Amaz?nia” exigiu paciência, tempo e resiliência, avalia Nolte. Ele compartilha os desafios físicos que enfrentou para chegar na regi?o do rio Tarum?. – Fazia muito calor e havia uma sensa??o constante de desorienta??o. Estava no território amaz?nico, mas, em muitos momentos, parecia um deserto. Estava mais próximo do mar, no centro da Amaz?nia, e precisei me lembrar disso várias vezes para entender como criar imagens que transmitissem essa realidade. Nobre relembra que as distancias e a logística também exigiram adapta??es. “Os rios estavam muito baixos, e os barqueiros se recusavam a nos levar, com medo de que os barcos encalhassem. Isso acabou aumentando os custos da viagem”, pontua. De Iquitos, no Peru, a Manaus, a jornada demorou cerca de um mês. – Fui no dia em que o nível da água estava mais baixo (o mais baixo da história). Foi significativo. Trabalhei por cerca de uma semana na regi?o, mas há outras camadas e contradi??es. é um projeto mais intenso. O profissional recorda ter usado cameras fotográficas e drones durante o processo. As técnicas visavam respectivamente “captar a dimens?o em uma escala mais íntima e mostrar as dimens?es do problema em nível geográfico”. Assim, a realidade guia as lentes de Nolte. – é difícil produzir um roteiro, mas a gente faz pesquisas para imaginar as situa??es que podemos encontrar. às vezes, ter um roteiro pode ser problemático porque buscamos uma imagem específica e nos limitamos a estereótipos e arquétipos de como representar a Amaz?nia. é melhor ir de encontro à realidade nos apresenta. Uma imagem do projeto “Secas na Amaz?nia”, de Musuk Nolte, da Bertha Foundation, é finalista do World Press Photo do Ano em 2025. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ Musuk Nolte recorda um momento relevante para o concurso: a oportunidade de abrir os olhos do mundo para o Brasil. – A minha foto foi uma das principais destacadas no prêmio. Foi muito importante mostrar uma situa??o que n?o é t?o conhecida fora do Brasil. Quando fui à Amsterd? (capital da Holanda) para a premia??o, as pessoas ficaram desconcertadas ao descobrirem que era a Amaz?nia. O júri destacou o contraste marcante das paisagens secas, "quase desérticas", na maior floresta tropical do mundo e ressaltou como as imagens de Nolte tornam a ausência de água visivelmente perturbadora. "O fotógrafo capta a escala da mudan?a ambiental ao mesmo tempo em que centraliza a experiência humana, oferecendo uma narrativa visual envolvente de uma realidade em rápida transforma??o”, avaliou a comitiva. Desafios da profiss?o Musuk Nolte entende a importancia de seus registros para o mundo, porém reconhece os desafios do ofício na atualidade. Ele define que, ao gerar curiosidade do público com os materiais de trabalho e a postura profissional, “o fotógrafo sempre tem exposi??o”. – Há problemas relacionados a crimes ambientais, como o tráfico na Amaz?nia. Uma pessoa com uma camera (por mais que esteja trabalhando em outra história) está em perigo, é sempre suspeito. Essa profiss?o é para poucos que podem conviver com essa problemática – refor?a o peruano-mexicano. Nolte observa que o debate sobre as mudan?as climáticas está ganhando cada vez mais espa?o nas agendas internacionais. Ele ressalta, no entanto, a importancia de manter esse tema constantemente em pauta. O engajamento na causa faz com que o fotógrafo deseje “voltar ao Brasil em diversos momentos”. Série de fotografias “Secas na Amaz?nia”, finalista do World Press Photo 2025 1 de 10 A ausência de água em plena floresta amaz?nica é o tema central desta imagem finalista do World Press Photo 2025, parte do projeto “Secas na Amaz?nia”. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ 2 de 10 Finalista do World Press Photo 2025, o projeto “Secas na Amaz?nia” mostra os efeitos da estiagem severa na vida cotidiana de comunidades amaz?nicas. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ Pular X de 10 Publicidade 10 fotos 3 de 10 Vista aérea do rio Tarum?, Amazonas, que se tornou inavegável por causa da seca. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ 4 de 10 Uma imagem do projeto “Secas na Amaz?nia”, de Musuk Nolte, da Bertha Foundation, é finalista do World Press Photo do Ano em 2025. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ Pular X de 10 Publicidade 5 de 10 Uma imagem do projeto “Secas na Amaz?nia”, de Musuk Nolte, da Bertha Foundation, é finalista do World Press Photo do Ano em 2025. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ 6 de 10 Cena registrada durante a seca extrema no Amazonas no ano passado, parte do projeto finalista do World Press Photo 2025. A imagem evidencia as transforma??es causadas pelas mudan?as climáticas. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ Pular X de 10 Publicidade 7 de 10 Uma imagem do projeto “Secas na Amaz?nia”, de Musuk Nolte, da Bertha Foundation, é finalista do World Press Photo do Ano em 2025. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ 8 de 10 A ausência de água em plena floresta amaz?nica é o tema central desta imagem finalista do World Press Photo 2025, parte do projeto “Secas na Amaz?nia”. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ Pular X de 10 Publicidade 9 de 10 Finalista do World Press Photo 2025, o projeto “Secas na Amaz?nia” mostra os efeitos da estiagem severa na vida cotidiana de comunidades amaz?nicas. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ 10 de 10 Atravessar o leito seco do rio Solim?es tornou-se rotina para moradores do Amazonas em 2024. A imagem integra o projeto “Secas na Amaz?nia”, reconhecido internacionalmente. — Foto: Musuk Nolte / CAIXA Cultural RJ Pular X de 10 Publicidade Cena registrada durante a seca extrema de 2024 no Amazonas, parte do projeto finalista do World Press Photo 2025. A imagem evidencia as transforma??es causadas pelas mudan?as climáticas. – é legal ter muita gente com interesse e perspectivas distintas para contar uma problemática. Mas também é importante entender, em termos de compromisso a longo prazo, como uma dinamica n?o é só uma notícia, mas parte de um ecossistema em distintos momentos que levaram a situa??o atual. Segundo o estrangeiro, “o ecossistema da fotografia tem for?a”. Nolte defende, por isso, “a perseveran?a de seguir os temas [as causas sociais] com consistência e, em algum momento, ter a possibilidade de retratá-las”. – Nós [fotógrafos] tentamos fazer algo: o melhor que podemos. Entendemos que a imagem é só uma ferramenta de comunica??o. O objetivo é tornar a problemática visível e dar informa??o para que as pessoas possam tomar decis?es melhores, como em quem escolher como governantes e a??es que podemos ter no dia a dia – finaliza. 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