Mas que calor: chuveiro pendurado em semáforo refresca foli?es em Belo Horizonte
Uso consciente da água mobiliza grandes consumidores Revista Sustentabilidade Valor Econ?mico.txt
Agricultura irrigada tem impacto sobre os recursos hídricos,águamobilizagrandesconsumidoresRevistaSustentabilidadeValorEcon?tamanho da cartela de bingo original mas n?o representa desperdício — Foto: Anna Carolina Negri/Valor Em tempos de eventos climáticos extremos, em que os racionamentos de água em grandes centros urbanos s?o mais frequentes, governo, sociedade e empresas têm sido cada vez mais cobrados por especialistas sobre a forma como gerenciam a água. “Todos os processos s?o importantes. Existe a necessidade de diminui??o do desperdício, do aumento da reutiliza??o em processos de menor escala, mas também precisamos ampliar o reúso da água usada no abastecimento público, por meio de caminhos que possam oferecer matéria-prima de alta qualidade”, afirma Nivaldo Rodrigues, presidente da Associa??o Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes)–Se??o S?o Paulo. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); De acordo com o especialista, um dos exemplos importantes quando se fala em reutiliza??o de esgoto tratado é o projeto Aquapolo, resultado da parceria entre a GS Inima Industrial e a Sabesp. Instalado em S?o Paulo, o empreendimento é a maior planta de produ??o de água da América do Sul. O principal insumo usado nas opera??es é o esgoto processado pela Esta??o de Tratamento de Esgoto ABC da Sabesp (ETE-ABC). Após o tratamento, parte da vaz?o que seria destinada ao córrego dos Meninos (curso d’água para onde é enviada a água após passar pela ETE) é desviada para a opera??o da planta. Leia mais Impasse na regulamenta??o do mercado de carbono prejudica o paísCannabis, a planta que regeneraParcerias pró-descarboniza??o impulsionam o avan?o ambientalCrédito é o principal desafio para pequenas e médias empresasIndústria avan?a na economia circular Alternativas sustentáveis para evitar os resíduos plásticos Brasil enfrenta desafios para erradicar lix?es e aterros irregulares Os maiores clientes da fábrica, que opera a uma capacidade de mil litros de água de reúso por segundo, s?o o Polo Petroquímico de Capuava e as indústrias da regi?o do ABC paulista. Toda a produ??o circula por uma adutora de 17 quil?meros, que sai da sede do polo em S?o Paulo, passa pelos municípios de S?o Caetano do Sul e Santo André, até chegar a uma torre de distribui??o em Capuava, município de Mauá. Entre os setores que s?o grandes consumidores de água, como o de bebidas, a prioridade é a redu??o do consumo. O grupo Heineken, de cervejas e outras bebidas n?o alcoólicas, por exemplo, apresenta uma média de consumo, hoje, segundo o mais recente relatório de sustentabilidade da empresa, de 356 litros de água para a produ??o de 100 litros de cerveja. Os esfor?os s?o para reduzir a 260 litros de água para 100 litros de cerveja em cidades sob estresse hídrico até 2030 e a 290 litros de água para 100 litros de cerveja em outras localidades até 2025 – em média, a diminui??o no consumo será de 23%. No agronegócio, a quantidade de água utilizada na irriga??o é um tema de crescente preocupa??o, especialmente em tempos de mudan?as climáticas e escassez hídrica. Segundo Tamara Gomes, professora da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de S?o Paulo (USP), isso n?o significa que o setor agrícola esteja desperdi?ando o recurso. “As práticas e tecnologias aplicadas principalmente por grandes produtores mostram que o uso eficiente da água tem sido um foco importante para a agricultura moderna”, afirma. Segundo a especialista, é importante também colocar em perspectiva o ciclo hidrológico quando se debate o tema. “Em termos de volume captado, a agricultura irrigada é, de fato, o setor que mais consome água, superando os usos industrial e doméstico. No entanto, é importante destacar que parte dessa água é absorvida pelas plantas e evapora do solo, eventualmente retornando ao ambiente na forma de precipita??o. Embora nem sempre essa água retorne ao mesmo local ou momento, o impacto da agricultura irrigada nos recursos hídricos, especialmente em rela??o à qualidade da água, é menor em compara??o com outros usos”, afirma a professora da USP. O discurso acadêmico ecoa práticas observadas no setor privado. A SLC Agrícola, uma das principais produtoras agrícolas do Brasil, tem adotado tecnologias modernas para evitar o desperdício. De acordo com o Relatório Integrado 2023 da companhia, 96,2% das áreas cultivadas pelo grupo operam no regime de sequeiro, utilizando a água proveniente das chuvas, o que reduz significativamente a dependência de irriga??o artificial. Do total da área plantada, 3,8% é irrigada, segundo a empresa. E, por causa dos sistemas usados, é possível uma redu??o de 20% no consumo dos recursos hídricos obtidos em áreas como a do Cerrado brasileiro. A água é lan?ada sobre o campo de acordo com a necessidade específica de cada cultura. “A irriga??o é uma ferramenta fundamental para aumentar a produtividade agrícola sem expandir a área cultivada. Dados da Unesco (2020) mostram que, apesar de a agricultura irrigada ocupar apenas cerca de 3,3 milh?es de quil?metros quadrados, o que representa 2,5% da área total, ela é responsável por 20% das terras cultivadas e cerca de 40% da produ??o agrícola global. Isso demonstra a importancia da irriga??o na seguran?a alimentar mundial”, afirma a professora da USP.
